PALIO (latim) pallium: capa ou manto, SOFIA (grego) Σοφία: sabedoria

    A Paliosofia busca encontrar a sabedoria detrás do cuidar do outro e de si mesmo. Nos Cuidados Paliativos,  o termo “paliativo” designa a proteção. O manto que cobria e refugiava peregrinos, agora protege o paciente e sua família em seu sofrimento diante de uma doença ameaçadora. O Pallium deve proteger, dar conforto para a longa e difícil jornada.

    O “Paliativista” olha diretamente o sofrimento e a morte. Faz da dor do outro a sua própria. Cobre com seu manto, tecido com conhecimento e sensibilidade, a pessoa que sofre. Fica ele, então, descoberto? Apesar do manto representar a devida proteção, também esconde o que quer que seja debaixo de si. Desse modo, podemos imaginá-lo como limite da consciência e da inconsciência. O que há debaixo do Pallium dos “Paliativistas”? Pode sua dor e seu poder ficarem limitados ao manto que cobre o aflito?

    A Paliosofia nasce, então, como uma proposta simbólica de “olhar o que há debaixo do manto”. Olhar para nossas fragilidades, nossas humanidades e caminhar com elas, apesar de tudo. Sentir nossa própria ferida, a ferida aberta de todo Curador-Ferido. Perceber que aliviar o sofrimento frequentemente está além de nós mesmos. Perceber nossos limites, o porquê e o para quê fazemos o que fazemos.

Conhecer aquela criança talvez tenha coroado a minha busca de sentido nos cuidados paliativos.

Diante daquele pequeno Ser me vi subjulgado pela total falta de sentido:

“O ABSURDO”.

Percebi no entanto, que não ˙há Sentido, uma Realidade Útima.

Ou se há, transcende toda minha capacidade de perceber e sentir...

Dar sentido as questões e ao sofrimento me pareceu mais uma estratégia para aliviar nossa dor diante do

“O ABSURDO”.

Senti-me subitamente “Liberto”,

... Não há nada a buscar, ...

,não há um Sentido, ...

“O Vazio” me preencheu, ...

Não sinto mais necessidade de entender, de significar.

E isso me preencheu... Fim da busca! Basta EXISTIR! Apenas isso...

EXISTIR, CUIDAR, FICAR, PERMANECER...

Got ist tot

Luis Saporetti - 2015